O Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais é lembrado no dia 28 de Julho. No entanto, desde 2019, o Ministério da Saúde estabeleceu todo o mês para fomentar ações de mobilização para o enfrentamento às hepatites virais. A campanha denominada Julho Amarelo também terá atividades em Laranjeiras do Sul.
O foco principal é incentivar a comunidade a fazer os testes rápidos gratuitos para a detecção da infecção pelos vírus B ou C, que estão disponíveis no SUS para toda a população. Em Laranjeiras do Sul, todas as unidades de saúde realizam o teste rápido para hepatites virais. Caso confirmado, o paciente já recebe encaminhamento para fazer o tratamento.
O diagnóstico precoce pode auxiliar no tratamento e controle da doença. No caso da Hepatite C, há cura em 98% dos casos. Neste ano, Laranjeiras do Sul registrou até o momento somente um novo caso de hepatite “B”.
Hepatite A
Chamada de “hepatite infecciosa”, essa doença tem como agente o Vírus da Hepatite A (VHA) e a sua transmissão ocorre por meio do contato com pessoas portadoras da doença e pela água ou alimentos que estejam contaminados por esse microrganismo — essa transmissão é conhecida como fecal-oral, pois a água e os alimentos são infectados por conta da falta de tratamento de esgoto.
Sintomas
Nem sempre os sintomas surgem em todos os pacientes, porém, quando isso ocorre, os sinais começam a aparecer após 15 dias de infecção. Nesse caso, os indivíduos podem apresentar cansaço, febre, enjoo, tontura, dor abdominal, alteração na coloração da urina e das fezes e aspecto amarelado na pele.
Tratamento
Não existe um tratamento padrão para todos os pacientes. No geral, o médico analisa o quadro e indica a terapia mais adequada. O que é comum é a medicação prescrita (nunca opte pela automedicação) para controle dos sintomas, controle da desidratação e, em casos graves, como quando ocorre insuficiência hepática aguda, a hospitalização.
Prevenção
A melhor prevenção para essa doença é o saneamento básico. Além disso, os hábitos de higiene são indispensáveis, assim como o tratamento da água. É recomendável também evitar a proximidade de locais com esgoto a céu aberto. Existe uma vacina contra o Vírus da Hepatite A, oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, a vacina faz parte do calendário infantil, no esquema de 1 dose aos 15 meses de idade.
Hepatite B
Transmissão
A hepatite B, provocada pelo vírus HBV, é transmitida por meio de fluidos corporais (sangue, secreções, entre outros). Desse modo, indivíduos que compartilham objetos de uso pessoal infectados, têm relações sexuais sem proteção com pessoas contaminadas, estiveram em contato com objetos perfurantes com a presença do agente causador, entre outras situações, estão suscetíveis à doença. A hepatite B também pode ser passada de mãe para filho durante a gestação, caso a mãe esteja contaminada e não realize acompanhamento da doença.
Sintomas
Os sintomas costumam se manifestar após 6 meses de infecção e, majoritariamente, em pessoas acima de 5 anos — crianças mais novas podem apresentar sinais da doença, embora seja mais raro. Dentre os indícios da infecção, podemos citar a icterícia (amarelamento da pele e da esclera — parte branca do olho), febre, enjoo, urina escura, fezes claras, dores no corpo, entre outros.
Tratamento
A hepatite B pode surgir de maneira aguda, durando pouco tempo, ou crônica, quando ultrapassa os seis meses. Como tratamento, o médico responsável indicará os medicamentos adequados para evitar a complicação do quadro, como a cirrose. Além disso, a orientação é que o consumo de álcool e de demais substâncias seja suspenso.
Prevenção
Os métodos mais eficientes de prevenção são o uso de preservativos durante as relações sexuais, evitar o compartilhamento de itens de uso pessoal (escova de dentes, alicate de unha, lâmina de barbear, entre outros), assim como se certificar de que os objetos perfurantes estão esterilizados em locais como estúdios de tatuagem, tratamento de acupuntura e outros. A hepatite B também tem uma vacina disponível no SUS. A vacinação é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura. A gestação e a lactação não representam contraindicações para imunização.
Atualmente, a vacina para hepatite B está prevista no calendário de vacinação infantil. Além disso, o SUS disponibiliza a vacina nas unidades básicas de saúde para todas as pessoas, independentemente da idade. Caso você não seja vacinado ou não tenha feito as três doses da vacina, procure a UBS mais perto de você.
Hepatite C
Transmissão
A transmissão dessa hepatite viral ocorre de forma parecida com a do vírus HBV, pois o agente causador se encontra presente no sangue de pessoas contaminadas. Por isso, é fundamental evitar contato sem proteção com fluidos corporais de indivíduos infectados.
Sintomas
Os sintomas da hepatite C são semelhantes aos da hepatite B. Além disso, manifesta-se de forma crônica ou aguda, sendo a primeira mais frequente. Quando não são devidamente tratados, os sintomas podem evoluir para cirrose hepática ou câncer de fígado.
Tratamento
Na maior parte dos casos, os médicos recomendam o tratamento com antivirais. Ainda assim, cada paciente deve ser devidamente analisado para que o profissional consiga indicar a terapia mais adequada.
Prevenção
Embora não exista vacina contra a hepatite C. Para evitar a infecção, é importante:
-Não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente etc.);
-Usar preservativo nas relações sexuais;
-Não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas;
-Toda mulher grávida precisa fazer, no pré-natal, os exames para detectar as hepatites B e C, o HIV e a sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.
-Pessoas com hepatite C podem participar de todas atividades, incluindo esportes de contato. Também podem compartilhar alimentos e beijar outras pessoas.
04/07/2023