A Organização Mundial da Saúde (OMS), estabelece o mês de janeiro no calendário da saúde como o mês de conscientização mundial e combate à hanseníase. No Brasil, o Ministério da Saúde criou a campanha “Janeiro Roxo”. A hanseníase é uma doença que ataca geralmente a pele, olhos e nervos. A forma de transmissão é pelas vias aéreas, já que uma pessoa infectada libera o bacilo no ar e cria a possibilidade de contágio. No entanto, a infecção dificilmente acontece depois de um simples encontro social, pois o contato deve ser íntimo e frequente.
Em 2020, foram diagnosticados 6 casos de hanseníase em Laranjeiras do Sul. Desses, todos os pacientes foram tratados e curados. Já em 2021, oito casos foram notificados. Três foram curados e 5 ainda permanecem em tratamento, no Serviço de Atendimento Especializado (SAE).
Cristian Ricardo Pinto, coordenador do Serviço de Atendimento Especializado da Secretaria de Saúde, explica que os principais sintomas são o aparecimento de manchas na pele, resultando em lesões e perda de sensibilidade na área afetada. “O comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença, dando-lhe um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para deformidades. Também pode acontecer fraqueza muscular e sensação de formigamento nas mãos e nos pés. Quando os casos não são tratados no início dos sinais, a doença pode causar sequelas progressivas e permanentes, incluindo deformidades e mutilações, redução da mobilidade dos membros e até cegueira”, afirmou o coordenador.
Estas incapacidades e deformidades podem acarretar, diminuição da capacidade de trabalho, limitação da vida social e problemas psicológicos. “São responsáveis, também, pelo estigma e preconceito contra a doença. O esclarecimento da população é fundamental, para que ela esteja ciente, conheça os sinais e sintomas da doença, possa procurar assistência médica o mais precocemente possível e para que o diagnóstico e o tratamento sejam precoces, evitando assim o dano neurológico e a incapacidade do paciente”, enfatiza Cristian.
De acordo com a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), cerca de 30 mil novos casos da doença são detectados todos os anos no Brasil. No mundo, mais de 200 mil novos casos são reportados por ano, dos quais, 15 mil em crianças.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito através da baciloscopia, que é a raspagem das lesões, ou por biópsia do nervo aumentado, buscando a infecção por esse bacilo. “Não há diferenciação de sexo e nem faixa etária, apenas uma particularidade, por se tratar de uma doença de incubação longa, de 8 a 10 anos para contrair, geralmente em crianças abaixo de 15 anos de idade é muito raro, mas pode acontecer”, salienta Cristian.
TRANSMISSÃO
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae. A transmissão é feita por meio do contato próximo com o paciente não tratado, sendo transmitido por meio de gotículas, ou seja, espirros, tosse ou secreção. Por isso, a prevenção ocorre com a avaliação e aplicação da vacina da BCG nos contatos domiciliares.
Em caso de suspeita da doença, procure a Unidade de Saúde mais próxima para uma avaliação detalhada. Todos os medicamentos para tratamento são distribuídos gratuitamente.