Na Escola Municipal Rural Raquel de Queiroz,
localizada no Distrito de Passo Liso, Laranjeiras do Sul, um projeto diferente
e cheio de carinho vem emocionando crianças e famílias: o "Plantio das
Mamadeiras e Chupetas".
Idealizado pela professora Silmara Aparecida de
Oliveira, o projeto nasceu da observação atenta sobre as dificuldades de fala
que algumas crianças apresentavam, muitas relacionadas ao uso prolongado da
chupeta e da mamadeira. Em vez de impor uma mudança, a proposta foi acolher com
afeto e transformar esse momento em um ritual simbólico de crescimento. “A
ideia é permitir que cada criança, no seu tempo, possa se despedir desses
objetos de forma leve, respeitosa e significativa. Ao 'plantar' sua chupeta ou
mamadeira em um canteiro da escola, ela também planta uma nova fase da sua
infância: de autonomia, de crescimento e de superação”, explica a professora.
A proposta foi imediatamente acolhida pela direção
da escola, que não só apoiou a iniciativa, como também providenciou copos com
canudo para presentear as crianças que participaram do plantio. A entrega do
novo objeto marcou esse momento de transição, funcionando como uma lembrança
positiva e um incentivo.
E com o cuidado que a equipe tem com cada aluno, as
crianças que já não faziam uso de chupetas ou mamadeiras também receberam sua
recompensa, um gesto simples, mas que reforça a importância de incluir,
valorizar e celebrar todas as conquistas, em seus diferentes tempos.
O projeto envolveu toda a comunidade escolar. As
famílias foram convidadas a participar e conversar com seus filhos sobre esse
momento. Juntos, prepararam o “desapego” e levaram os objetos para o plantio
coletivo. O gesto simbólico ganha ainda mais força com o nascimento de uma nova
“plantinha “no lugar de cada chupeta ou mamadeira enterrada.
A atividade é acompanhada de rodas de conversa,
contação de histórias e atividades artísticas, aumentando o vínculo entre
escola e família, reafirmando que educar é um ato de amor, paciência e respeito
ao tempo de cada criança.
“Foi emocionante ver os olhinhos brilhando e o
cuidado com o canteiro. Todos os dias, foi dedicado um tempo para regar esse
canteiro, até que por fim “nasceram os copos”. É um projeto simples, mas cheio de
significado”, finaliza a professora Silmara.